
Quando muito raramente vou á rua sozinha, tenho o hábito de analisar as pessoas ao meu redor, e percebi que muitas estão sempre correndo, apressadas, atrasadas para algum compromisso inadiável, outras, porém estão completamente alheias ao que está se passando ao seu redor, estão centradas muitas das vezes em sua própria beleza, juventude ou quem sabe... Na moda que precisam seguir. E por fim pouquíssimas interessadas em verdadeiramente descobrir o que existe nas entre linhas da vida, o que move o ser humano, o que nós torna diferentes das outras espécies.
Ainda em minhas caminhadas, vejo que já não existem mais pessoas que dão esmola, sem estarem acompanhas, ou seja, precisam de plateia lhes aplaudindo por serem pessoas boas, por terem dado uma moeda a quem não tem nada. Em contra partida muitos são aqueles que nem oferecem mais trocados, com receio de abrirem suas carteiras e serem roubados mais a frente, pois aquele mendigo na verdade nada mais era, que um informante para os marginais que estão no fim do quarteirão.
Não vejo mais nas classes médias e principalmente altas, mães graciosas, zelosas, cuidadosas e que se ocupem em cuidar verdadeiramente de seus filhos, mas sim um batalhão de outras mulheres suburbanas que são obrigadas a abandonar seus filhos em seus “lares” para cuidar do filho dessas outras, que devido aos mais variados motivos, não tem mais tempo ou paciência para cuidar da criança que pois no mundo. ENTÃO neste pequeno momento eu que não tenho filho me pergunto “Porque ainda ter filhos se você não tem tempo para ser mãe e o seu marido, namorado, acompanhante, ou sei lá mais quais as definições existentes não tem o dom para ser pai?”
Não acredito que ainda teremos homens e mulheres de personalidades fortes e marcantes, não acredito que a criação que estão disponibilizando para essas crianças seja a melhor possível. Não me entra na cabeça que o simples fato de colocar seus filhos em colégios caros, cursos de diversas línguas, esportes, música, dança e o que mais poder pagar com seu dinheiro, vá fazer de sua criança um grande adulto um dia! Pois ele será sim alguém com uma bagagem intelectual imensa, mas será que sem acompanhamento ele saberá utilizar de forma correta tais conhecimentos? Será que uma criança criada dentro de uma bolha super protetora saberá tomar suas próprias decisões quando se fizer necessário?
Infelizmente eu duvido muito!!
Pessoas são como animais precisam de acompanhamento, ensinamento para se tornarem bons, valiosos. A grande diferença é que os seres humanos não são apenas adestrados para deitar, sentar, rolar e dar a patinha. Eles precisam ser PREPARADOS pelos PAIS para serem responsáveis por si mesmos desde novos, pois NÃO se sabe o dia de amanhã! Ninguém é eterno, ou seja, hoje você pode estar agora vendo seu filho, mas talvez daqui a uma hora sofra um acidente e seu filho não sabe se virar sozinho, e ai, como será a vida dele daqui para frente?
As pessoas não calculam a importância que é a presença de pais na construção de uma personalidade, não imaginam que serão eternamente responsáveis de certa forma por aquela vida. Não que os pais devam colocar os filhos em baixo dos braços como uma galinha, por favor não me entendam mal! Estou dizendo que crianças precisam de pais amigos, que lhes ajudem a entender o significado da vida, os caminhos que eles podem seguir, o que seria mais adequado, mais sem aquela opressão do “Eu sou seu pai eu sei o que é melhor pra você,e não faça essa cara para mim!”
Vocês observaram a palavra que usei acima para descrever a relação correta entre pais e filhos? amizade!

Então por enquanto é isso...sejam mais humanos, se doem mais as pessoas, prestem mais atenção na vida ao seu redor e principalmente, sejam mais que simplesmente “colocadores” de crianças no mundo!
Pois ele já está CHEIO...em todos os sentidos da palavra.
Continuarei escrevendo em breve...
Um grande beijo
Lyana Casarin
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